Parte 6
O Além e a Sobrevivência do Ser
Ainda recentemente os experimentadores ingleses imaginaram, sob o nome de cross-correspondence, um novo processo de comunicação com o invisível, bem de molde a provar a identidade dos Espíritos que se manifestam por meio da escrita mediúnica. O Sr. Oliver Lodge, reitor da Universidade de Birmingham, o descreveu a 30 de janeiro de 1908, numa reunião da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres:
“A cross-correspondence, diz ele, isto é, o recebimento de parte da comunicação por um médium e parte por um segundo médium, não podendo qualquer das partes ser compreendida sem o concurso da outra, constitui boa prova de que uma mesma inteligência atua sobre os dois automatistas. Se, além disso, a mensagem traz a característica de um defunto e é recebida como tal por pessoas que não o conheceram intimamente, isso prova a persistência da atividade intelectual do desaparecido. E se se obtém dessa maneira um trecho de crítica literária, inteiramente conforme o seu modo de pensar e impossível de ser imaginado por terceira pessoa, digo que a prova é convincente. Tais são as espécies de provas que a Sociedade pode comunicar sobre esse ponto.”
Depois de tratar dos esforços empregados nesse sentido pelos Espíritos de Gurney, Hodgson e Myers, em particular, o orador acrescenta:
“Achamos que suas respostas a questões especiais são dadas por forma que lhes caracteriza as personalidades e revelam conhecimentos à altura da competência de cada um deles.
“A muralha que separa os encarnados dos desencarnados – conclui Lodge – ainda se mantém firme, mas já se mostra adelgaçada em muitos lugares. Como os trabalhadores de um túnel, ouvimos, por entre o rumor das águas e diversos outros ruídos, os golpes das picaretas dos camaradas que trabalham do lado oposto.”